quarta-feira, 18 de abril de 2007

Juntos, ABN e Santander podem passar Bradesco

Venda do ABN pode revirar mapa do setor no paísTONI SCIARRETTADA REPORTAGEM Folha de São Paulo
O Barclays, terceiro maior banco britânico, ganhou mais dois dias de exclusividade para negociar a compra do holandês ABN Amro, instituição financeira que também é alvo de uma oferta do consórcio formado pelo espanhol Santander, pelo Royal Bank of Scotland e pelo belga-holandês Fortis. O prazo terminava hoje.Trata-se do negócio mais disputado do setor bancário europeu de todos os tempos, que pode chegar a 80 bilhões, e cujos reflexos no Brasil têm o potencial de mudar a cara do varejo bancário nacional. Pela proposta do consórcio, o Santander absorveria as operações do ABN no país, uma das unidades da instituição de maior retorno no mundo, que lucrou R$ 2,048 bilhões em 2006.Juntos, Santander e ABN passariam a ser o maior banco privado brasileiro com ativos de R$ 221,28 bilhões, atrás apenas do Banco do Brasil, segundo ranking do Banco Central. Pelos balanços auditados pela CVM, porém, o Bradesco soma ativos de R$ 265,547 bilhões e ainda conservaria o posto de maior banco privado mesmo com a união Santander-ABN.A proposta do consórcio, no entanto, só deve ser oficialmente considerada se naufragarem as negociações com o Barclays, o que parece cada vez mais provável, segundo analistas de bancos europeus. O ABN confirmou uma reunião no início da próxima semana para discutir a oferta do grupo do Santander.Desde o início das negociações, as ações do ABN dispararam mais de 30%, levando o banco holandês a um valor de mercado bastante acima do que o Barclays estaria disposto a desembolsar.O Barclays poderia pagar pelo ABN um valor máximo de 35 por ação. Já o grupo do Santander teria cacife para aceitar até 40 por ação. Ontem, os papéis do ABN fecharam negociados a 36,40 em Amsterdã. Os bancos nunca falaram oficialmente em valores. Os acionistas do ABN têm uma assembléia prevista para o próximo dia 26.Na negociação com o consórcio, o ABN seria completamente fatiado -o Santander ficaria com as operações no Brasil e na Itália, enquanto o Royal Bank of Scotland absorveria o LaSal- le, banco norte-americano com forte presença em Chicago e no Meio-Oeste dos EUA, e o Fortis concentraria as operações de varejo na Holanda.A proposta de dividir o ABN encontra forte resistência dos trabalhadores e de autoridades holandesas, mas conta com a simpatia de grande parte dos acionistas que pressionam o banco a aceitar a melhor oferta.No Brasil, a compra do ABN daria ao Santander forte presença no financiamento de veículos, somaria clientes de empresas de médio porte e traria distribuição de fundos de investimento de grande porte, segundo Luiz Miguel Santacreu, analista da Austin Asis. Por outro lado, o banco teria sobreposição de agências com o Santander Banespa, especialmente em São Paulo. "Estrategicamente, faz sentido a aquisição. O ABN tem uma clientela elitista, que complementaria a atuação popular do Banespa", disse.
Com agências internacionais

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